Alimentar é Cansativo!

Uma das principais preocupações de qualquer mãe (e pai) é alimentar correctamente o seu filho.

Desde o nascimento que nos preocupamos se o nosso bebé está a mamar bem, se o nosso leite é suficiente para o saciar, se está a aumentar de peso de acordo com as tabelas. Depois surgem as dúvidas de quanta sopa ou papa é que deverá comer, se estamos a dar sopa a mais ou sopa a menos. E os comentários: “Ai, está muito gordo!”, “Está tão magrinho, não come?”

É uma constante preocupação. E cansa!

Questionamos o pediatra. Questionamos o médico de família. Questionamos outras mães. Pesquisamos online por respostas.

E o nosso instinto, o que nos diz?

Falta de Tempo

Eu também fiz a minha quota parte de pesquisas quando o Martim nasceu (penso que até tenho feito mais agora com o Dinis). Até comprei o livro “100 Receitas para Bebés” de Christine Bailey, convencidíssima de que iria fazer cada uma daquelas receitas assim que o Martim pudesse começar a comer algo mais para além do leite.

Infelizmente, isso não aconteceu.

Retomei o trabalho aos 5 meses e quando chegava a casa era necessário tratar do Martim, tratar da casa, preparar o jantar e o almoço do dia seguinte.

Os domingos à tarde eram passados a fazer as sopas da semana. Fazia uma sopa verde, com carne, para o almoço, e uma sopa amarela, com peixe, para o jantar. E ainda variava no tipo de proteína que colocava nas sopas.

Quando comecei a fazer o horário completo, começámos a jantar em casa da avó Mimi (a minha mãe, que tomava conta do Martim), pois chegávamos às 20h (às vezes mais tarde) e se ainda tivéssemos de cozinhar quando chegássemos a nossa casa, jantaríamos tarde e estaríamos cansados de mais para brincar com o Martim. Simplesmente não tínhamos tempo. Por isso, acabei por não dar muito uso ao livro de receitas e comecei (começámos) a preparar os pratos básicos, rotineiros e rápidos de se fazer. Arroz, esparguete, frango, vitela, porco, pescada…

Se não dermos o exemplo…

Costuma-se dizer: “Olha para o que eu digo e não olhes para o que eu faço”. Que é como quem diz, come a sopa que faz bem, mas a mãe e o pai não comem porque não precisam!

Infelizmente, este é um dos problemas cá em casa. O Martim sempre comeu a sopa porque tinha de comer. A partir dos dois anos, mais ou menos, ele começou a recusar a sopa. Come-a, quase toda e quase em todas as refeições. Naqueles dias de birra, para não me chatear, digo-lhe que se não quer a sopa ao almoço, irá comer ao jantar. Às vezes come ao jantar, outras vezes não.

As crianças entendem melhor os exemplos do que as palavras e quando elas crescem sem esses exemplos, torna-se mais difícil “obrigá-las” a comer / experimentar algo apenas porque nós o dizemos.

Mudança de hábitos

Desde que o Dinis começou a comer sopa e papa que temos estado mais preocupados em encontrar alternativas saudáveis para refeições e lanches para todos nós. Para o Dinis, para que comece desde cedo com uma alimentação saudável e variada e para que saiba fazer escolhas saudáveis quando for mais crescido (e estiver longe dos olhares dos pais). Para o Martim, para que comece a experimentar novos sabores e deixar de ser tão limitado na sua alimentação (e também para que saiba fazer escolhas saudáveis). E para os pais, para que emagreçam 🙂 e sejam saudáveis durante muitos e muitos anos.

Comecei então por fazer uma ementa semanal que vai variando de semana para semana. Para além de me organizar melhor e poupar tempo durante a semana, o pai também pode cozinhar (basta seguir a ementa). Desta forma também fazemos compras sensatas, seguindo a lista das compras à risca e não compramos por impulso.

Outro passo importante foi mudar a percepção do Martim em relação aos legumes. Nós sempre comemos legumes, mas nunca insistimos com o Martim para os comer. Se o arroz tinha ervilhas, tínhamos de as tirar para ele comer o arroz branco simples.

Li o livro “Comer sem birras” de Filipa Sommerfeld Fernades que me deu algumas dicas sobre incluir novos alimentos na alimentação o Martim. Futuramente falarei mais pormenorizadamente sobre este livro, mas para já ficam aqui as dicas para “Comer sem birras”:

 

 

  • Dar o exemplo
  • Incluir as crianças na escolha dos alimentos e na sua preparação
  • Não forçar a comer tudo o que têm no prato
  • Oferecer alimentos de diferentes cores
  • Temperar
  • Não desistir

Não é fácil e às vezes cometemos deslizes. Mas o importante é NÃO DESISTIR.

Temos sempre legumes cozidos no frigorífico. São cozidos e guardados separadamente, para não assoberbar o Martim quando os vê no prato. Se hoje o Martim comer uma ervilha, amanhã poderá, quem sabe, comer duas ou mais. E a verdade é que tem resultado!

Blog A Pitada do Pai

Apesar de fazer uma ementa semanal, a verdade é que não tenho muito conhecimento de receitas e muitas vezes acabo por fazer os pratos básicos. Pesquiso online e compro as revistas de receitas dos hipermercados Continente e Pingo Doce.

Quero que o Dinis comece já uma alimentação saudável, evitando recorrer às papas e iogurtes e bolachas de supermercado. Mas as receitas que encontro são ora para pais e crianças que já concluíram a diversificação alimentar, ora para bebés.

Por isso é necessário adaptar as receitas ou encontrar receitas que dê para toda a família. Isto porque não temos tempo para fazer vários pratos, certo?

E foi isso que descobri no blog A Pitada do Pai. Já acompanhava este blog há algum tempo, mas nunca tinha experimentado nenhuma receita.

Tal como nós, este pai, e a mãe, têm de gerir da melhor forma o seu tempo. E uma das formas que o fizeram foi adaptar as suas receitas ao seu bebé de modo a cozinharem um único prato, que desse tanto para os pais como para o bebé.

Um dos exemplos são as papas de aveia, as açordas e as sopas. Tanto dão para miúdos e graúdos.

No dia 28 de abril assisti ao showcooking do Rui Marques, autor do blog A Pitada do Pai.

Saibam mais sobre este showcooking aqui.

Saudáveis, mas pouco

Mas para lá caminhamos.

Quando digo que somos saudáveis, mas pouco, refiro-me ao facto de ainda dependermos de muitas coisas confeccionadas dos hipermercados. Mas os nossos hábitos estão a mudar.

Ainda hoje o Martim comeu ao pequeno-almoço um ovo mexido com torradas (em forma de estrela) e sumo de laranja, em vez da habitual papa Cerelac. E o pai também! O Dinis não gosta de iogurtes, então uma alternativa é dar batata doce cozida com uma pitada de canela ou então abóbora cozida com aveia, como lanche. E ele adora!

Com paciência e perseverança, começamos a alterar os nossos hábitos, a conhecer novos alimentos e a experimentar novas receitas que melhor se adaptam à nossa família.

 

O melhor elogio que poderei receber é partilharem e fazerem like no meu artigo. Vá lá! Elogiem-me!

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