Estou a falar de dormir com o bebé na nossa cama.

Estes termos parecem estranhos e provavelmente irá achar que nunca ouviu falar disto, mas se calhar até os pratica. Eu também não sabia o que eram e na verdade comecei a praticar desde o nascimento do Martim, em 2014.

O Martim dormiu connosco, na nossa cama, desde que nasceu até aos dois anos e meio. Aliás, ele dormiu na minha cama já no hospital. Estava tão cansada que acabei por adormecer com ele na minha cama, enquanto dava de mamar e depois quando acordei, pois era hora de dar de mamar novamente, deixei-o estar junto de mim.

E isto repetiu-se de hora em hora, por isso, não posso dizer propriamente que adormeci, mas sim que fechei os olhos durante alguns minutos. Claro que de manhã, quando a enfermeira nos veio ver, passou-me um raspanete, pois “era perigoso”, e “não tinha nada que fazer aquilo”. Sim, eu sei que era perigoso. Estamos a falar de um ser indefeso, de 50 centímetros, que podia ser facilmente esmagado por uma mãe de …. kgs. Mas, eu não dormi.

Os primeiros meses são muito complicados. Com o Martim não foi exceção. Mamava de hora em hora; os meus seios ficaram gretados; eu chorava; ele não mamava bem… Mas isto é outra história.

Como andávamos cansados, e adormecíamos muitas vezes a dar de mamar, mas também porque tínhamos receio de não o ouvir a chorar no berço dele, mesmo ao lado da nossa cama, acabámos por optar por o deixar na nossa cama. Não foi fácil, claro, dividir a cama com um bebé, com receio de o magoar. Mas a nossa cama era grande e cada um de nós dormia numa ponta da cama, sem se mexer.

Cansados de dormir mal, sempre que podíamos, pegávamos no Martim e colocávamo-lo na caminha dele, que continuava do meu lado do quarto. Mas ele lá acordava e pedia para vir para o nosso meio, e nós nunca recusámos. À medida que o Martim foi crescendo, ele foi se apoderando cada vez mais da cama.

Pernas em cima do Pai, cabeça na almofada da Mãe, pernas na cabeceira…

Já tínhamos decidido colocar o Martim a dormir no quarto dele aos 3 anos. Acabou por ir mais cedo, por volta dos dois anos e meio, quando descobrimos que estávamos grávidos do Dinis. Já era complicado dormirmos os três na mesma cama, e agora com uma barriga a crescer de dia para dia, seria impossível.

Co-sleeping com o Dinis (e às vezes – quase sempre – bed-sharing com o Martim)

Já com o Dinis, optámos por não o ter na nossa cama. A caminha continua do meu lado da cama e todas as noites eu puxo-a para junto de mim (não tenho um berço sidecar).

O Dinis chegou a dormir connosco nas primeiras semanas de vida. Esteve muito constipado. O pediatra assustou-nos quando disse que o mais provável era ter de ser internado para tomar oxigénio (o que não aconteceu). E nós com receio de não o ouvirmos, colocámo-lo no nosso meio. Não dormíamos, é certo, com receio de que o Dinis não conseguisse respirar devido à constipação.

E porque é que optámos por não dormir com o Dinis na nossa cama? Porque temos o Martim. E porque continuamos a ter noites mal dormidas com duas crianças que teimam em acordar de noite.

O nascimento de um bebé pode ser complicado para o filho mais velho. O Martim aceitou muito bem, mas sabemos que existe algum ciúme, principalmente porque o Martim tem de dormir no quarto dele e o Dinis dorme no nosso quarto. Por isso, quando o Martim nos pergunta se irmão está a dormir na nossa cama ou na dele, e nós respondemos na dele, e ele pergunta: “Posso então dormir contigo?”, claro que não vamos recusar.

Ainda hoje, ele acorda de noite, e vem ter connosco à nossa cama, deita-se no nosso meio, mas já não se apodera da cama.

Então, o que é na verdade o co-sleeping e o bed-sharing?

O Co-sleeping significa, essencialmente, dormir perto do nosso filho. Pode ser na mesma cama (bed-sharing) ou no mesmo quarto.

Tipos de co-sleeping e o bed-sharing:

  • Cama partilhada entre pais e filho
  • Berço sidecar preso a um lado da cama, normalmente do lado da mãe
  • Berço / caminha junto da cama dos pais ou afastada

Quais as vantagens em dormir com o nosso filho, seja na mesma cama ou no mesmo quarto?

  • Conseguimos, geralmente, dormir mais.
  • Os bebés conseguem, geralmente, dormir mais.
  • Quando o bebé de mexe, sinal de que precisa de mudar de fralda ou de mamar, nós facilmente acordamos com ele, e podemos acalmá-lo, dando-lhe de mamar, ou voltando a adormecê-lo.
  • A amamentação durante a noite é mais fácil, se ainda der o peito.
  • Dormir no mesmo quarto que o nosso bebé ajuda a reduzir o risco do Síndrome de Morte Súbita
  • O bebé não sofre de ansiedade de separação noturna.
  • O bebé tem menos dificuldade em adormecer na hora de dormir.
  • Nenhuma ansiedade de separação noturna.

E qual é a mãe que não adora acordar ao lado do seu bebé a sorrir?!

Deixo-vos aqui o link para um texto sobre este assunto da Dra. Carolina Albino, Especialista em Ritmos de Sono do Bebé. Ela recomenda aos pais que tomem a decisão de praticar ou não o co-sleeping com consciência e perspetiva, pesando bem os prós e contras, pois “É muito relevante traçar a “rota” escolhida. Acima de tudo esta decisão consciente vai ajudar a prevenir uma tendência aleatória de respostas ao bebé – quando os pais experimentam, de forma não consistente, várias alternativas para perceber o que funciona melhor, pois a aleatoriedade e o “experimentalismo” são algumas das causas de insegurança no bebé.”

https://lifestyle.sapo.pt/familia/bebe/artigos/co-sleeping-sim-nao-ou-nim

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