COMO SER UMA MÃE MELHOR

Tenho quase a certeza absoluta que se estão a passar da cabeça com o título deste artigo: COMO SER UMA MÃE MELHOR? Mas quem sou eu para dizer que não somos mães boas / suficientes para os nossos filhos? Mas quem sou eu para dizer que não sabemos o que é o melhor para os nossos filhos ou que não sabemos o que é que andamos para aqui a fazer?

Quem sou eu? Sou mãe e sei como me sinto. Sei que o que sinto não é derivado ao tempo que estamos a viver – COVID-19. Sei que esforço-me e sempre me esforcei em ser uma mãe melhor. Melhor. Não perfeita, pois nao acredito na perfeição. Sou apenas humana, pelo que a perfeição não se encaixa nem na minha personalidade, nem nos meus comportamentos nem nos meus planos 🙂

EXCESSO DE INFORMAÇÃO

Quando engravidamos a tendência é procurar livros sobre a gravidez e sobre criar bebés e quais os melhores alimentos e as melhores receitas, quais as perguntas certas a fazer ao pediatra, quais os grupos de mamãs nas redes sociais que nos possam ajudar com as suas experiências: Sou mãe de primeira viagem e apetece-me comer cimento. Já alguém teve este desejo? (acreditem que alguém já perguntou isto!)

Absorvemos toda a informação que pudermos encontrar e que nos ensine como ser uma mãe melhor. Eu sei disso, porque eu também fiz isso.

Todas as semanas pesquisava o tamanho do bebé ainda por nascer. Como seria, qual o seu tamanho? Já teria dedos? Perninhas? Já chuchava no dedo? E depois nasceu e procurei infomação sobre como cuidar dele, quais os sinais de alarme a procurar, quais as melhores receitas a fazer? Etc… Tudo isto porque eu queria ser uma mãe perfeita.

E isto fez com que me stressasse, preocupasse, duvidasse das minhas capacidades para ser mãe. Será que estava a fazer tudo bem?

Claro que com a segunda gravidez as coisas não foram assim. Costuma-se dizer que com o primeiro filho, se a chupeta cair ao chão, pegamos nela, esterelizamo-la (ou deitamos fora) e só depois damos ao bebé. Com o segundo filho, passamos a chupeta pela nossa boca para a limpar. Com o terceiro, vai direito para a boca dele 🙂 (coitado do terceiro filho).

Pois bem…

Se antes do COVID-19 já me sentia sobrecarregada com tudo o que engloba ser mãe:

  • manter a casa limpa e arrumada enquanto trabalho,
  • manter o Pai feliz,
  • manter os Filhos felizes,
  • manter a Avó feliz,
  • manter os Avós felizes,
  • tratar da roupa,
  • tratar da loiça,
  • tratar das compras,
  • tratar das refeições,
  • alimentar os filhos corretamente,
  • preparar festas,
  • preparar jantares de amigos,
  • ir a consultas dos filhos,
  • ir às reuniões da escola,
  • brincar com os filhos,
  • arranjar atividades para os filhos,
  • namorar,
  • etc…
  • Vocês sabem, a lista não tem fim…

Agora com o COVID-19 sinto-me ainda mais sobrecarregada. Agora os filhos estão todo o dia comigo. E para além de tudo o que tenho para fazer (aquela listinha ali em cima), tenho de ser professora. Tenho de arranjar atividades que não sejam apenas recreativas, como também educativas. E o problema é que a paciência se esgota e acabamos por ficar frustradas e a descarregar a nossa frustração nos nossos filhos.

VOU CONTAR ATÉ 3

Quantas vezes já dissemos esta frase: Vou contar até 3, para conseguirmos que os nossos filhos façam algo que mandamos? É incrível a quantidade de vezes que tenho de pedir algo aos meus filhos até que eles a façam de verdade. Fico cansada e desanimada.

Então, o que fazer para não perdermos a paciência, nem acabamos os nossos dias em lágrimas e a duvidar de nós mesmas (acreditem, eu sei o que isso é)?

7 DICAS

  1. A primeira dica é entender que crianças são crianças. E que por mais atividades e livros que se leia, por mais parentalidade consciente que se pratique, as crianças serão sempre crianças, quererão sempre brincar connosco, irão sempre desarrumar, irão sempre fazer barulho. É normal. Por isso, temos que entender que estamos a lidar com crianças e não com adultos. À medida que as crianças vão crescendo, a sua maturidade e conscieência dos seus atos vai-se desenvolvendo e será melhor lidar com elas (pelo menos até à adolescência, pois pelo que já ouvi dizer, é uma idade difícil);
  2. Cuidar de nós. Sim, ser uma mãe melhor implica cuidar de nós próprias. Agora que os cabeleireiros vão abrir, porque não pedir ao pai para ficar com as crianças e ir ao cabeleireiro arranjar o cabelo, ou até fazer as unhas de gel? (isto para quem não tem medo de ir ao cabeleireiro durante a pandemia – eu tenho – aco que vou ter de viver com as minhas brancas durante mais algum tempo 🙁 ) Estar do dia todo com as crianças é cansativo e poder tornar-se desesperante. Ficamos sem paciência porque sempre que nos sentamos, lá vem o pimpolho pedir-nos colo ou pedir para brincarmos com ele ou pedir para fazer xixi ou dizer-nosque tem fome… Esperem lá, esta sou eu 🙁 A verdade é que precisamos de recarregar energias para nos sentirmos capazes de ser mães;
  3. Porquê. Porque é que as crianças estão a portar-se mal? Porque é que estão a fazer barulho? Porque é que estão a chorar? É preciso entender o porquê de todas as atitudes dos nossos filhos. Quando eles eram bebés, sempre que choravam nós procuravamos entender porque estavam a chorar. Mudávamos a fralda, dávamos o biberão, pegávamos ao colo, etc, faziamos tudo o que pudessemos para descobrir o porquê de estar a chorar e acalmá-lo, certo? Mas depois eles crescem e nós simplesmente ralhamos com eles, achamos que estão a comportar-se mal. Não tentamos entender o porquê. Por isso devemos conversar com as crianças e entender o porquê das suas atitudes e em conjunto arranjar soluções. (penso que isto está relacionado com a parentalidade consciente);
  4. Falar baixo, ou pelo menos não gritar. O que é difícil quando estamos cansadas de cuidar das crianças todo o dia. Mas se respondermos às crianças aos gritos sempre que eles se portam mal,os resultados serão os mesmos – irão responder-nos da mema forma, irão ignorar-nos. Por isso, sempre que nos apetecer gritar com eles, vamos parar e respirar fudo. Se necessário contar até 10 e então falar com eles. Atenção que isto pode não resultar se eles estiverem em modo birra.   
  5. Praticar a paciência. E isto é tão difícil. Quantas vezes perdemos a cabeça porque chamamos o pimpolho 5 mil vezes e a resposta é sempre um já vai. Já vai nada! Agora imediatamente! É tão fácil perder a cabeça quando nos chateamos, quando estamos cansadas, quando não cuidamos de nós. Por isso vamos praticar a paciência, por exemplo quando lhes pedimos para fazer algum coisa. Deixá-los concluir a tarefa sem interferências nossas. Se os mandamos arrumar, deixá-los arrumar ao seu próprio tempo;
  6. Fazer uma pausa. Fazer uma pausa não para cuidamos de nós, mas para não perdermos a paciência e a cabeça. Quando sentes que vais começar a chorar, pede licença / pede uma pausa e retirar-te para algum sitio sozinha e respira, concentra-te na tua respiração até te acalmares;
  7. Pedir ajuda. Pedir ajuda não é sinal de ser uma má mãe ou uma mãe incompetente. Pedir ajuda ao pai para brincar com as crianças enquanto nós estamos aarrumar ou a cozinhar, ou ao contrário, ele cozinha e nós brincamos. Pedir ao pai para ficar com as crianças enquanto tiramos um tempinho para nós. Eu peço ao pai para ficar com os miudos quando preciso de um tempo para mim, para chorar, para escrever, até para ir ao computador. Chamo-lhe os meus 5 minutos, e estes 5 minutos têm me feito muito bem nesta altura da pandemia. E não tem de ser apenas ao pai. Pode ser a um familiar, a um amigo. Até mesmo a mãe desconhecidas das redes sociais com quem desabafamos e pedimos opinião. Isto também é ajudar.

 

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