Workshop Compulsão Alimentar

Recentemente assisti online a um workshop sobre Compulsão Alimentar pela actriz ex-moranguita Mafalda Rodiles, autora do livro e site Seja Feliz sem Dietas. Não o fiz porque acho que sofro de compulsão alimentar ou outro transtorno alimentar, mas sim porque achei interessante (e era gratuito!).

Depois de assistir ao workshop, resolvi fazer uma pequena pesquisa, e não é que muitas mães passam por isto?! Muitas mães sofrem de compulsão alimentar e de outros transtornos alimentares devido à depressão pós-parto, à pressão familiar e social em serem mães perfeitas (NÃO EXISTEM MÃES PERFEITAS!).

Por isso, resolvi resumir aqui o workshop da Mafalda, que consiste em 4 aulas online que falava obviamente sobre compulsão alimentar, o que é, como lidar com, dicas, dúvidas e testemunhos. No final, quem estivesse interessado podia inscrever-se, mediante pagamento, no curso “Seja Feliz sem Dietas”. Eu não o fiz, por isso não posso falar sobre o curso. Se alguma mamã estiver interessada em receber mais informações é só aceder ao site da Mafalda Rodiles Seja Feliz sem Dietas.

Antes de mais, os desafios lançados pela Mafalda antes de começar o workshop:

  1. Acabar com as dietas
  2. Beber 3 litros de água por dia
  3. Pesar de manhã
  4. Tirar 15 minutos do dia para ti própria

Porquê acabar com as dietas? Porque elas não funcionam, na opinião da Mafalda (ou não fosse o programa dela chamado Seja Feliz em Dietas!). E na verdade, eu também não acredito em dietas, visto que sempre que seguia uma dieta, passava fome e depois acabava por desistir e engordar ainda mais (atenção que as dietas que eu fazia nunca foram acompanhadas por um nutricionista / médico).

Beber 3 litros de água por dia… Para muitas pessoas isto é difícil, exceto quando está calor, pois aí, as pessoas até vão bebendo água ou sumos naturais (os refrigerantes não contam). Obviamente que não vamos começar a beber 3 litros de água hoje. Tem de ser gradualmente e com calma para o corpo se ir habituando.

Se não conseguirem beber apenas água, podem seguir estes conselhos no site Sapo Lifestyle:

  • Beber um copo de água ao acordar;
  • Andar com uma garrafa de água connosco, assim temos sempre água disponível;
  • Fazer águas aromatizadas com fruta e hortelã e menta;
  • Beber chá (sem açúcar);
  • Beber um copo de água antes das refeições;
  • Beber água com gás e fruta;
  • Estabelecer metas para beber uma certa quantidade de água até a uma certa hora do dia;
  • Eleger a água como bebida de eleição;
  • Congelar fruta nas couvetes de gelo e servir na água;
  • Utilizar uma APP para lhe lembrar de beber água.

O peso que vemos na balança refere-se ao nosso peso total – ossos, gordura, massa muscular, água e órgãos. Quando há uma oscilação no valor que a balança apresenta, nunca sabemos ao certo qual o motivo.

Relativamente ao 3º ponto do desafio – pesar, o motivo é fácil de entender. Temos de saber o nosso peso, assumi-lo sem receios. Assim saberemos qual o nosso ponto de partida e conseguiremos estabelecer metas.

Ficam aqui algumas dicas da NIT sobre como pesar (não é uma ciência, mas se o fizermos corretamente, sofreremos menos quando virmos 100g a mais no nosso peso):

  • Pesar apenas uma vez por dia;
  • Ter atenção ao local onde se guarda a balança;
  • Não colocar a balança em cima de um tapete;
  • Pesar em jejum e sem roupa.

Finalmente o último desafio e que provavelmente será o mais difícil para nós mães é tirar 15 minutos do dia para nós. Devemos reservar um tempo para nós e para as atividades necessárias ao nosso bem-estar, físico, psicológico e, principalmente, emocional. Ser mãe é andar sobrecarregada de tarefas e preocupações, e isto pode levar a ansiedade, esgotamento, stress, depressão e transtornos alimentares. Por isso, vamos lá tirar 15 minutos por dia para nós (pelo menos 15 minutos!).

Aula 1

O que é a compulsão alimentar?

É um transtorno alimentar psicológico que leva a comer grandes quantidades de comida sem controlo, isto é comer até ficar cheia e cheia de culpa.

Como saber se sofremos de compulsão alimentar?

  1. Comes muito rápido?
  2. Comes até ficar cheia?
  3. Comes grandes quantidades de comida?
  4. Comes às escondidas?
  5. Sentes-te culpada depois de comeres?

E o que leva uma pessoa a sofrer de compulsão alimentar?

Pessoas que sofrem de compulsão alimentar por norma têm uma auto-estima mais baixa e uma maior preocupação com o peso e a forma física. Muitas vezes comem para compensar sentimentos de tristeza e pressão, familiar e social.

A prevalência do transtorno de compulsão alimentar é de cerca de 1,6% nas mulheres e 0,8% nos homens. Clínica Persona

Aula 2

Nesta segunda aula, a Mafalda Rodiles deu algumas dicas para evitar a compulsão alimentar. São essas:

  1. Estar informada;
  2. Fazer pelo menos 4 refeições por dia;
  3. Estar atenta ao corpo;
  4. Mudar a rotina;
  5. Pensar em qual é o problema que leva a comer compulsivamente;
  6. Se tiver muita vontade de comer, então come;
  7. Crias as próprias regras;
  8. Não ficar com medo de ter compulsão alimentar.

Se por ventura comemos demais, devemos ter calma e questionar-nos se o que fizemos foi mesmo uma compulsão ou um caso único.

Um episódio único de compulsão não vai fazer uma pessoa engordar.

Se a resposta foi sim, ou não, devemos antes de mais perdoar-nos. E não, não precisamos de ir correr para o ginásio para nos punirmos pela comida que comemos.

Outras recomendações passam por beber bastante água (3 litros, certo?) e fazer várias refeições ao longo do dia.

É importante entender o que leva uma pessoa a comer compulsivamente, encontrar a raiz do problema e resolvê-lo, com ou sem ajuda de um profissional.

Aula 3 e 4

Estas aulas foram essencialmente para tirar dúvidas e ouvir testemunhos.

Aceite-se mais! Ame-se mais! Mafalda Rodiles

Ainda sobre compulsão alimentar

Ainda sobre compulsão alimentar, deixo-vos aqui um excerto de um post da Catarina Beato, autora do livro Diet das Princesas e do site Dias de Uma Princesa, em que ela dá o seu testemunho de quando sofreu de compulsão alimentar.

Percebi que tinha compulsão alimentar com cerca de 19 anos quando, perante um momento pessoal muito duro e a doença do meu pai, comecei a comer para estar calma.

Mais tarde as coisas voltaram a estar controladas e, aos 34 anos, desempregada, sozinha e com dois filhos, as coisas pioraram .

fazia aquilo que muitas mulheres que passam pelos mesmos fazem: culpava-me. “És fraca, não te importas de ser grande, vamos fazer piadas com o rabo grande e pronto”.

Gerir a ansiedade com comida é um caos porque depois vem o dobro da ansiedade e entramos num ciclo muito complicado. Quase sempre estes ciclos correspondem a um aumento de peso e sabemos que “engordar” é visto como uma fraqueza e “emagrecer” como uma coisa das pessoas fortes e focadas.

No Verão passado, num culminar de situações mais difíceis de gerir, entrei num ciclo de compulsão. E eu, que já tinha perdido 15 quilos há quatro anos, que tinha tido um pós parto tão bom (a todos os níveis mas em termos de recuperação física também) a ver a balança subir todos os dias. Ansiedade, culpa, frustração, comida, ansiedade, culpa, frustração, comida…

E os pedidos de ajuda e os conselhos: “tens que ter força de vontade”, “fecha a boca”, “basta quereres”. E a pessoa guarda apenas “és fraca”, “és fraca”, “és fraca”. Acordamos, revemos mentalmente os nossos objectivos: “a saúde, pensa apenas na saúde”. E vamos dormir com a sensação de fracasso porque foi outra vez “um dia mau”.

Não vos escondo, entre Agosto e Março engordei 8 quilos…

Recomendo-vos a leitura integral deste post aqui e aqui.

 

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