2016
2016 foi um ano de mudanças. Mudanças profissionais e mudanças hormonais.
Depois de quase 6 anos no mesmo emprego, resolvi mudar de emprego e começar um projeto novo com o pai.
Ao mesmo tempo, estávamos a tentar engravidar, mas desta vez com muito custo. Foram 6 meses sem menstruação. Foram 6 meses a comprar testes de gravidez na farmácia para ver “se é desta”. Foram 6 meses a fazer testes de gravidez ao sangue, “não vá o teste da farmácia estar errado”.
As análises indicavam que estava tudo bem comigo. Fiz uma ecografia e descobri que tinha um mioma uterino. Para quem não sabe, um mioma uterino é um tumor benigno que cresce no tecido do útero e ocorre em cerca de 20-50% das mulheres em idade fértil. 🙁
Por mais que uma pessoa não queira ficar preocupada, pois sabe que o stress e a preocupação apenas iriam atrasar mais o ato de engravidar, perante tudo isto era impossível não me preocupar.
Mas, finalmente em fevereiro de 2017 o teste de gravidez deu positivo. Pelas nossas contas estaríamos grávidos de 9 semanas, mais ou menos, o que significa que estávamos quase no final do 1º trimestre.
Errado!
A gravidez
Tínhamos feito as contas a partir da data da última menstruação, que seria dezembro, mas a 1ª ecografia mostrou que afinal apenas teríamos engravidado em janeiro.
Sabem aquela velha regra de não podermos contar que estamos grávidas antes de completar as 12 semanas, porque o primeiro trimestre é sempre complicado, devido ao risco de perda gestacional ser maior neste período?
Pois bem, não cumpri a regra. Não o tinha feito com o Martim e também não o fiz com o Dinis. Contámos a quem tínhamos de contar e na altura certa.
Mas o receio de estar tudo bem com o bebé é sempre maior no primeiro trimestre, principalmente porque me diagnosticaram diabetes gestacionais (falarei sobre isto no meu próximo post).
Desta vez, estava com excesso de peso, com a glicémia alta e tinha de ser controlada, e constipada. Aliás, passei a gravidez do Dinis sempre constipada. Pior ainda foi ter apanhado uma gastroenterite, juntamente com o resto da família, e ter ficado internada no hospital.
Devo dizer que detestei esta gravidez. Não gostava do meu corpo. Não gostava das restrições alimentares. Não gostava de ter de picar os dedos todos os dias para registar a glicémia. Não gostava de estar sempre constipada, com ranhoca e expectoração, e não poder tomar nada.
Sentia-me diferente. Não me sentia bem como na gravidez do Martim. Não sentia o Dinis mexer-se tanto. Não sentia o meu corpo grávido. Entendem-me?
Mas na verdade estava tudo bem comigo e com o Dinis. Ele até se mexia bem, o desenvolvimento estava perfeitamente normal. Eu acho que as picadas começaram a mexer com a minha cabeça!
O Parto
No dia 29 de setembro fui a exame de código ( 🙂 ) Não foi um bom dia. Não passei no exame, estava com contrações e na consulta de acompanhamento fiquei a saber que já tinha um dedo de dilatação.
No domingo saiu o rolhão.
Ok, se for como na gravidez do Martim, o Dinis iria nascer nessa noite.
Errado!
As contrações pararam. A dilatação abrandou. Duas semanas depois, o Dinis continuava confortavelmente cá dentro e sem vontade de sair. A obstetra marca o parto para terça feira, dia 17 de outubro, mas o toque mágico dela mudou os planos de toda a gente e as contrações recomeçam na noite de 13 de outubro.
Tenho orgulho de mim própria pela forma como me portei o parto. Aguentei as contrações em casa enquanto pude. Fui registando as contrações sozinha enquanto o pai e o Martim dormiam na nossa cama. Lavei e sequei a roupa. Queria deixar tudo arrumado. Tomei banho e às 7h30 chamo o pai e digo-lhe que não aguentava mais e que estava na hora de ir para o hospital.
Às 8h30 estávamos no hospital. Entrámos com 5 dedos de dilatação.
Às 14h pergunto à enfermeira que horas eram. Logo a seguir chamo a parteira pois tinha sentido uma contração tão forte que tinha vontade de fazer força. Já se via a cabeça 🙂
Às 14h23 nasce o Dinis! Perfeitinho! Lindo como o irmão!
O melhor da vida
Não há palavras para descrever a emoção que sentimos quando o nosso filho nasce e nos é colocado no peito. Podemos vir com poetices, palavras bonitas e dizer as coisas certas, mas nunca conseguimos exprimir na totalidade e com toda a veracidade o que nós MÃES sentimos. É um sentimento único e que apenas uma mãe pode experienciar.