Ser mãe é tão difícil quanto escalar o Everest. Aliás, eu diria mesmo que é mais difícil do que escalar o Everest. E calculo que todas as mães por aí partilham da mesma opinião.

Mas antes de sermos mães, temos uma opinião muito diferente e achamos que faremos tudo diferente quando chegar a nossa vez.

Quantas vezes dissemos: “Quando eu for mãe, eu nunca…..” e depois pumba, fazemos exatamente o contrário quando nos vemos com um bebé no colo.

AS TEORIAS

São tantos os livros que nos ensinam a ser mães que acabamos por esquecer que aprendemos a ser mães na prática. Ser mãe não nasce connosco. Antes de mais, nós não nascemos ensinadas e também não é num livro que vamos aprender a ser mães.

À primeira vista, os livros ajudam. Contudo, quem os escreve está a partilhar a experiência dela/dele, os conhecimentos adquiridos durante a gravidez e a maternidade. E isso pode não se adequar a nós. Cada mãe é única. E cada filho é único. E o que resulta para uns poderá não resultar para outros.

O pior disto tudo são as teorias das Não-Mães (gosto de chamar assim porque não conheço outro nome que se aplique a mulheres que opinam sobre ser mãe quando não o são).

Seja como for, ninguém pode impedi-las de opinarem. Todavia, tenham cuidado, pois quanto mais cuspirem para cima, mais vos cai na cara.

O QUE AS NÃO-MÃES DIZEM

(e o que eu lhes respondo agora)
  1. O meu filho nunca vai dormir na minha cama – o co-sleeping ou bed-sharing funcionou muito bem connosco quando o Martim nasceu, até aos dois anos e meio; permite-nos dormir mais e melhor, assim como ao bebé; a amamentação noturna era mais fácil.
  2. O meu filho nunca vai fazer birras, seja em casa ou na rua – as birras fazem parte do desenvolvimento da criança. É perfeitamente normal e expectável; fazer birra revela inteligência e não é sinónimo de má educação (excepto quando as crianças são premiadas por fazerem birras).
  3. Eu é que mando e o meu filho vai me respeitar e obedecer – boa sorte com isso!
  4. O meu filho não vai ver televisão ou tablet ou telemóvel – ambos os meus filhos têm tablet e tem horários para poderem ver videos, ou jogar jogos na consola. É tudo uma questão de estabelecer limites.
  5. Eu vou ser compreensiva com o meu filho e nunca gritar com ele – até ele tocar naquele botão e não aguentares mais!
  6. O meu filho não vai brincar às guerras nem ter armas de brincar – diria que brincar com espadas e pistolas está no adn das crianças
  7. O meu filho não vai comer fast-food nem processados – se eu gosto de comer, porque é que vou impedir o meu filho de comer? Com limites, é claro.
  8. O meu filho vai comer aquilo que lhe puser no prato ou então vai para a cama sem comer – nenhuma mãe gosta de mandar o filho para a cama sem comer, por isso acabamos por ceder
  9. É fácil disciplinar as crianças – continua a acreditar nisso!
  10. O meu filho nunca vai comer doces – se eu gosto de comer, porque é que vou impedir o meu filho de comer? Com limites, é claro.
  11. Vou brincar muito com o meu filho e estar presente – e esquecer a casa, a roupa, as refeições....
  12. Nunca irei publicar fotos do meu filho nas redes sociais – tarde de mais
  13. Não vou dizer asneiras à frente dos meus filhos – tarde de mais
  14. Eu nunca vou chegar atrasada a um evento quando tiver filhos – curiosamente nós respeitamos os horário mas não é fácil
  15. Não vou levar o meu filho a um restaurante, pelo menos até ele se comportar bem – é para isso que servem os telemóveis
  16. Nunca irei de férias com o meu filho enquanto bebé, detesto ouvir bebés a chorar num avião – é preciso gerir bem, levar o tablet, jogos, etc… para os distrair, mas claro que não é fácil
  17. Eu nunca irei permitir que o meu filho desarrume a casa toda. Brinca, tem de arrumar – continua a acreditar nisso!
  18. Eu nunca irei aborrecer os meus amigos falando do meu filho ou mostrando-lhes fotos dele – se os amigos forem pais, eles entenderão

CONCLUSÃO

Mais importante do que as teorias é confiar e acreditar em nós. Ser mãe é um desafio e ninguém está preparada para isso. No entanto, as coisas melhoram a partir do 2º filho e mesmo assim as dúvidas mantêm-se.

E se és uma Não-Mãe, pensa que ninguém nasce ensinado, e são as experiências do dia a dia que ditam como vamos agir enquanto mães, dia após dia. Porque os dias são diferentes, as circunstâncias são diferentes, as crianças são diferentes.

E nunca, nunca digas “quando eu for mãe, eu nunca…”, porque vai-te cair na cara!

O melhor elogio que poderei receber é partilharem e fazerem like no meu artigo. Vá lá! Elogiem-me!

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