Para muitas mulheres, ser mãe está programado nos seus genes. Para outras não. E está tudo bem.
Não temos todas de ser mães, assim como não temos todas de ser supermães (se bem se recordam, para mim não existem supermães, mas sim mães super! Podes ler tudo aqui.)
QUANDO EU SENTI QUE HAVIA FALHADO COMO MÃE
Quando engravidei do Martim e frequentei o curso de preparação para o parto (do qual me formei com distinção 😀), senti que me fizeram uma lavagem a cérebro. Eu tinha de ser uma super mãe. Eu tinha de aguentar as noites mal dormidas. Eu tinha de dar de mamar a toda a hora, independentemente da dor que sentisse nos meus mamilos. Eu tinha que deixar de pensar em mim e pensar unicamente no meu filho.
Ok, eu não discordo de tudo isso, mas acho que tudo tem de ter um equilíbrio.
Eu não vivi esse equilíbrio no primeiro mês de vida do Martim. Eu era uma momzombie. Eu ia sobrevivendo como podia, assim como o pai. Os meses seguintes não foram muito diferentes. As dores no peito eram insuportáveis, eu chorava antes mesmo de colocar o Martim ao peito; não fazia uma refeição com o pai, íamos à vez à cozinha; viva praticamente no quarto com o Martim.
E o pior de tudo, é que eu achava que estava a falhar como mãe, pois não tinha sido nada disto que me tinham ensinado no curso. Eu não tinha forças. Estava desanimada. Amava o meu filho mais do que tudo, então porque chorava?
Eu adorei a gravidez do Martim (o parto, já é outra história). Adorei tanto que mesmo com o cansaço, eu dizia que queria voltar a engravidar. Mas o pós-parto, bem, na verdade, a maternidade, isso é que foi difícil. Foi difícil e frustrante.
Já com o Dinis, não me deixei irem cantigas, por assim dizer. Voltei a fazer o curso de preparação para o parto, mas acho que a enfermeira não achou muita piada, pois as minhas opiniões assustavam um pouco as outras mães. Tentei mostrar que a gravidez, o parto e o pós-parto não era tudo uma mar de rosas e que nós podemos sofrer e temos direito a mudar de opinião em relação à chupeta, à mamã, ao dormir, se assim o quisermos. Como podem calcular, não demorou muito que eu deixasse de participar no curso.
TU CONSEGUES!
Eu não sou perita em maternidade e parentalidade, longe de mim. Mas considero-me uma perita nos meus filhos, mesmo com as minhas limitações. E mesmo assim, ainda procuro conselhos junto da minha mãe e de outras mamãs. Porque na verdade não há um livro universal com as regras da maternidade e parentalidade; não há uma verdade universal em como se deve criar uma criança. Nós estamos a fazer o melhor possível pelos nossos filhos e isso é o suficiente.
Por isso, TU CONSEGUES! Mesmo com dúvidas e nervosismos, TU CONSEGUES!
Mas quando estiveres em baixo, a duvidar de ti pela milésima vez, lembra-te disto:
- Respira fundo:
- Senta-te direita, respira lentamente pelo nariz. Fecha os olhos.
- Envia a respiração primeiro para o estômago e, em seguida, enche o peito.
- Quando o peito estiver cheio, prende a respiração por 1 a 2 segundos.
- Expira lentamente pela boca (3 a 4 segundos).
- Faz uma breve pausa e respira fundo.
- Repete este ciclo por um minuto (ou mais, se tiver de ser).
- Não há mães perfeitas. Apenas tens de fazer e dar o teu melhor. – relê o meu post com 10 DICAS PARA SERES UMA MÃE SUPER
- Ignora as críticas e a culpa. – Ser mãe é ser alvo de críticas constantes. Devo admitir que nunca ouvi uma crítica a mim ou à forma como educo os meus filhos, ou como eles se comportam. Pelo menos, não à minha frente. Mas não duvido algum dia alguém já me tenha criticado. Criticar faz parte da natureza humana. Possivelmente terei criticado alguma mãe no meu tempo AM – Antes de Mãe. O que sabia eu sobre ser mãe? Mas a verdade é que estamos a fazer o melhor possível pelos nossos filhos, perante tudo o que temos de conciliar na nossa vida – filhos, companheiro, casa, família, trabalho. E vamos errar. E vamos chorar. E vamos sentir que falhámos. E quando isso acontecer, vamos limpar as lágrimas e dizer para nós mesmas: Eu estou a fazer o melhor possível pelos meus filhos e isso é suficiente!
- Pede ajuda. Pedir ajuda não é sinal de ser uma má mãe ou uma mãe incompetente. Pedir ajuda ao pai para brincar com as crianças enquanto nós estamos a arrumar ou a cozinhar, ou ao contrário, ele cozinha e nós brincamos. Pedir ao pai para ficar com as crianças enquanto tiramos um tempinho para nós. E não tem de ser apenas ao pai. Pode ser a um familiar, a um amigo. Até mesmo a mãe desconhecidas das redes sociais com quem desabafamos e pedimos opinião. Isto também é ajudar.
- Amanhã é um novo dia. Por mais complicadas as coisas estejam, amanhã é um novo dia.
Por isso, Mamã, quando estiveres em baixo e a duvidar de ti, lembra-te: